Aprender a desenvolver e manter relacionamento de qualidade pode fazer mais por sua vida profissional e pessoal do que, provavelmente, qualquer outro fator em sua vida.
O Instituto Dale Carnegie, dos Estados Unidos, efetuou uma pesquisa com dez mil pessoas e o resultado a que chegou foi surpreendente. Apenas 15% do sucesso das pessoas deviam-se à competência técnica e habilidade no trabalho. Os outros 85% do sucesso eram fundamentados na personalidade e, sobretudo, na habilidade de saber relacionar-se com pessoas. Vários outros estudos feitos nos Estados Unidos e em outras partes do mundo confirmaram esses percentuais. É só você olhar à sua volta. As pessoas bem-sucedidas que você conhece são mais inteligentes do que os outros, ou são superdotadas? E os indivíduos mais felizes que você conhece são mais hábeis ou mais espertos do que os outros? Certamente não. Se você analisá-las atentamente descobrirá que elas, acima mesmo de suas competências profissionais, sabem relacionar-se com os demais, dialogar e ser convincentes no trato com as pessoas.
Razão X coração
Usar argumentos lógicos e racionais pode ser muito convincente, e também vantajoso, sempre que alguém quiser provar seu ponto de vista ou obter aprovação em algum processo. Mas, se quisermos interagir e construir sólidas relações com as pessoas, não é o racionalismo nem a inteligência que farão isso acontecer. É porque as pessoas, muito mais do que racionais, são – na grande maioria das vezes -, seres emocionais, e reagem primeiramente a fatores emotivos. Se você quiser ser realmente bem-sucedido nos relacionamentos, você precisa aprender a ganhar o coração das pessoas, mais do que suas mentes. É essencial para o sucesso de todo indivíduo conhecer e compreender os mecanismos que regulam e favorecem as interações entre indivíduos e grupos de pessoas, e sobretudo, como aplicá-los no âmbito familiar, profissional e comunitário.
Se você refletir um pouco verá que uma das grandes dificuldades que as pessoas têm consiste num problema de relacionamento com outros, e elas parecem não perceber que muitos dos seus fracassos surgem por não saberem relacionar-se apropriadamente com as pessoas.
Colocando uma lupa sobre seu comportamento
Somos seres humanos e todos queremos alcançar êxito e felicidade. Mas, é preciso reconhecer: seu sucesso e prosperidade dependem em grande parte de outras pessoas. Certamente que nossas escolhas, postura e atitude perante a vida são elementos fundamentais ao nosso sucesso, e isso é indiscutível. Contudo, já pensou alguma vez no enorme papel que os outros desempenham no seu êxito e na sua felicidade? Reflita sobre isso e ficará convencido de que grande parte do que você conseguiu, ou irá conseguir, depende essencialmente da forma como você mantém relações com as pessoas. Isso se aplica a todas as áreas da vida, seja profissional, familiar, conjugal, financeira, comunitária, religiosa, ou entre amigos. Sua ascensão profissional, por exemplo, depende mais de sessenta por cento do bom relacionamento que você tem com seu chefe. Se você não concorda, sugiro então bater de frente com ele, e descobrirá que a corda, provavelmente, arrebentará do lado mais fraco: o seu.
Os dois pontos fundamentais das relações humanas
Um dos pontos essenciais das relações humanas é que no convívio com pessoas, todos nós queremos alguma coisa uns dos outros. O chefe quer lealdade e produtividade dos subordinados e os subordinados querem reconhecimento e segurança na empresa; os pais querem que os filhos obedeçam e os filhos querem que os pais os amem e protejam; os casais querem afeto e amor mútuos; o vendedor quer que os clientes comprem e os clientes desejam satisfação com a compra, e assim por diante. É fácil perceber que ter sucesso nas relações humanas significa dar à outra pessoa algo que ela deseja em troca do que nós desejamos. Não se trata de egoísmo, mas de uma visão lúcida e inteligente que expressa a essência da arte de saber conviver e aprender com as pessoas. Desse entendimento dependem o crescimento e a maturidade dos nossos relacionamentos e, em boa parte, a nossa felicidade.
Outro ponto fundamental das relações humanas é que todos nós possuímos em abundância várias coisas que as outras pessoas precisam de nós, ou gostariam de ter. Se você proporcionar essas coisas a elas, elas prazerosamente lhe oferecerão as coisas que você precisa ou deseja. Cabe a você aperfeiçoar-se e aprimorar-se, pessoal e profissionalmente, para que tenha muito com que contribuir com as outras pessoas. Uma pessoa próspera tem maior possibilidade de beneficiar os outros do que um indivíduo fracassado. Uma pessoa feliz tem chances muito maiores de disseminar felicidade do que um indivíduo infeliz.
Se você encontrar uma pessoa de sucesso – seja homem ou mulher – em qualquer profissão ou campo de atividade, irá descobrir que esse indivíduo aprendeu a dominar a arte de relacionar-se bem com as pessoas e que soube fazer-se útil aos outros, porque tornou-se um caminho por onde elas encontram ajuda.
Em conclusão
Aprender a desenvolver e manter relações humanas de qualidade superior pode fazer mais por sua vida profissional e pessoal do que, provavelmente, qualquer outro fator em sua vida.O lado triste da questão é que a inabilidade de conviver com os outros é a primeira causa das crises e infelicidades, tanto pessoais, quanto no trabalho. E, queira ou não, você vai ter que conviver diariamente com pessoas, goste delas ou não, porque elas estão aqui para ficar e, se você quiser ter sucesso no mundo de hoje, terá sempre que levar em consideração e apreço as outras pessoas, e saber lidar com elas de forma positiva e construtiva.
Texto extraído e condensado do livro O Livro das Relações Humanas – Seu Manual para Obter Sucesso com as Pessoas, de Ernesto Berg, Juruá Editora. Mais detalhes sobre a obra acesse www.quebrandobarreiras.com.br seção de LIVROS.
Por Ernesto Berg